Angola

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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009




Olá, para quem não me conhece eu sou o Hugo, simplesmente Hugo, gosto de me considerar uma boa pessoa; perguntam o que é uma boa pessoa? 51% Boa e 49% má, e para mim é boa pessoa. Sou parte cómica, parte sério, bastante honesto e muito fiel, tenho um código de honra que ninguém conhece, e graças a deus poucos se apercebem, ou seja para quem me conhece, sou o Hugo.
Ponderei bastante antes de começar a escrever esta pequena historia , em parte porque não tenho muito jeito para a escrita, em parte porque sou demasiado calão, mas talvez a maior razão de todas, eu tenho medo, medo que me fiquem a conhecer demasiado depois de lerem o que foi escrito, afinal vou escrever o que penso, o que passei, o que passo, e quem sabe o que um dia algum de vós passará também.
Dia 23 de Setembro acordo em Angola, quer dizer num avião acabadinho de aterrar, preparo me para o que será uma aventura de 3 meses, mesmo antes de me levantar da cadeira faço o que sempre faço quando ando de avião para aqui, olho para as fotos que tenho na carteira das 2 pessoas mais importantes para mim, filha e mulher, faço um reset ao cérebro para me relembrar o que quero disto, e levanto me …outro bicho.
A chegada a Angola é sempre uma aventura, saímos de um avião com àr condicionado e parece que levamos com um bafo de vapor nas fussas, ficamos logo com a camisa suada e a língua de fora, demora 10 minutos a habituar nos ao ár denso e húmido.
Viagem dentro do aeroporto e tal e pimba e está na hora de entrar no pais, passaporte numa mão mala do Pc na outra, cartão de vacinas, e uma folhita que nos dão no aeroporto para preencher mas só depois de meia hora de fila, e depois? Mais uma hora na fila para entregar o nosso passaporte ao senhor do carimbo.
Passamos o stress do passaporte e vem o stress das malas, enquanto aguardamos pelas malas somos observados, analisados, literalmente tiram nos as medidas, a questão aqui é, não parecer novato e perdido, não estar muito á vontade, não dar a ideia que estamos sozinhos, porque afinal os tubarões das gasosas (dinheiro para nos largarem da mão) andam á espreita. Pegamos nas nossas malinhas lindas e saímos do aeroporto, até neste dia fiquei sem 5 euros para não me chatearem mais com as malas, á que alivio sair do aeroporto, Angola finalmente, olhamos á saída da porta e, oops, 100 gajos a olhar para ver se precisamos de ajuda com as malas, isto enquanto se espera pelo motorista, amigo, colega, alguém que nos venha buscar, nós ficamos atrás dumas gradesitas baixas, tipo grades das obras de onde não aconselho ninguém a sair sem a vossa boleia já á vista.
O meu amigo Carlos veio me buscar neste lindo dia, e lá vamos nós para Vila Alice, muito trânsito para quem não conhece é caótico, está a melhorar e ainda vai melhorar muito, mas por enquanto é caótico, muito organizado e civilizado, nada de stress nem buzinadelas, o que é admirável tendo em atenção a confusão.
Eu sou uma pessoa calma, mas este inicio mexe-me com o sistema nervoso, sinto me um gato dentro de uma gaiola, cheio de medo, de receio, não compreendo muito bem o que se passa, não estou exactamente aonde queria neste momento, mas prontos, aceitamos o que nos é proposto e agora a única alternativa nesta minha cabecinha é para a frente.
Os primeiros dias são autênticos banhos de água fria (literalmente), e também banhos de informação, tanto social, como empresarial, como burocrática, podem pegar naquilo que sabem em relação á sociedade embrulhar e pendurar na árvore de natal, aqui não voz vai servir de muito, os mecanismos são outros as pressas inexistentes e a ordem social está virado do avesso, é África (algo que direi muito no decorrer desta historia), as primeiras duas, três semanas passam a voar, com muitas saudades, com muitas peripécias e muitas coisa que nos fazem chorar e rir, dar exemplos seria uma perca de tempo, teria de voz contar todos os dias, porque todos os dias acontecem coisas novas e impensáveis , mas para terem uma pequena ideia, um carimbo demora 3 dias, um dia para pedir e pagar em avanço, outro dia para ver a amostra, se é realmente o que se quer, e o terceiro para ir levantar o mesmo, tendo em atenção que ir á cidade perde se o dia, são 3 dias cós porcos, este primeiros tempos em Luanda foram só para tratar de assunto burocráticos, papeis da empresa, contas bancárias, seguros, e coisas do género, também aproveitei para me tentar familiarizar um pouco com o mercado, com as pessoas, e com os preços de alguns serviços que iríamos precisar. Nestas primeiras semanas aprendi muita coisa, que a água na torneiro é uma dádiva, não é garantida, que a luz idem, e que o clima quente é muito bom para os muitos banhos frios que temos de tomar por falta de água quente, também aprendi que a cerveja Cuca me dá cabo do intestino, e que a Sra. da hospedaria me lava a roupa por metade do preço se lhe der o dinheiro ás escondidas, que a internet a 150 kb é rapidíssima quando funciona, e que as pessoas da zona me acham um pula porreiro, como diria o meu amigo Sócrates, porreiro pá., também aprendi que comer por menos de 20 euros, é ser muito poupadinho.
Com isto, está na hora de me mudar de armas e bagagens para Viana, terra a 15 km de Luanda, ou como se fala aqui, a 2 ou 3 horas de distância, é onde estará o meu local de trabalho e onde terei de procurar uma casa para morar durante a minha permanência aqui. Vou ficar hospedado na Casa da Juventude, um local agradável e cheio de movimento, é uma escola de formação com um hotel, tirando os dias em que falta a água, luz, e pequeno-almoço, é um espectáculo, digo espectáculo porque sexta, sábado e domingo há sempre festa, boom boom lets party my man.

5 comentários:

  1. Primeiríssimas a comentar! Eh, eh, eh!
    Bem vindo à blogosfera!
    beijinhos e bons posts!
    :):)

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  2. Olá,

    Muito giro o blog, e boa história (não a minha preferida como devem calcular), mas boa história, a minha parte preferida é quando olhas para as fotos, obrigado.

    Bjos

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  3. Sim senhor...o meu maninho com um blog, quem diria :x heheh, as historias relatadas é sempre uma mais valia, dá para ter uma melhor ideia do teu dia a dia dos tens pensamentos, e como mencionas, uma forma de te conhecer um pouco melhor.
    Bjs =)

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  4. Olá doce e querido primo!

    Gostei mto desta tua iniciativa, e desta tua partilha...claro que preferia que as tuas aventuras fossem na selva lisboeta...porque estarias mais perto fisícamente...porque espiritualmente estamos sempre perto de quem amamos...mas uma vez que o teu caminho como indivíduo, passa por conheceres outros países, e nomeadamente Angola, é bom ir ao teu "encontro" através destas "escapadelas"...Sabes que o facto de te encontrares "só", num país que não é o teu...ou eventualmente até será, porque tudo é nosso basta querermos, faz com que tenhas estes momentos de introspecção...que irá ser um grande alívio, para ti...é a libertação daquilo que és através da escrita!Parabéns querido primo, que eu muito amo e muito admiro, porque apesar de mto sofrimento por trás teres capacidade e coragem de ir enfrentar um novo "mundo" no intuito de "engrandecer" o teu futuro e o da tua família, espero que seja "curto" este novo tempo, para que esta "incompreensão" momentânea, passe a uma "compreensão" bastante entendida :)...Beijinhos de muita luz nesse teu coração de simplesmente Hugo!Carla

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  5. Pois é amigo tens medo de te conhecerem demasiado, natural? Não sei? Porquê? Descobrirem a verdadeira pessoa que tu és, ou seja o Hugo, simples Hugo, o Hugo or realy Yougoooo!? Something to hide? Eu digo What-ever or what-water!? Eu digo e escrevo o que quero, seja mau ou bom, porque NÃO-QUERO-SABER, o que pensam de mim porque na realidade eu NÃO-GOSTO-MUITO-DE-PESSOAS, quanto mais as conheço menos gosto delas, mas há excepções, e nós sabes…
    Aquele abraço

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